segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Poema LÍViDA LISBOA

Lívida Lisboa
Branco de Oliveira

Do cimo da minha colina, o Jardim do Monte, contemplo e escuto Lisboa
Com o Céu rendilhado de negras nuvens, que foi o Céu mais belo do planeta
O rio Tejo embate no Oceano, que foi o mais doce dos oceanos
E os cais, por sua vez, choram!... que eram os mais alegres da beira-mar
Os motores e o fumo, atemorizam as ruas, que eram suaves e limpas
As ruas abalam o negro casario, que teve o mais harmonioso colorido
As praças e o Chiado, perderam a cultura onde nascia poesia, e amor
Os jardins perderam o encanto das estações onde as crianças brincavam sem temores
As sirenes e o desprezo, fazem os monumentos chorar!...Que nos davam paz e sonhos…
A aventura chama na cabeça dos humanos.
O medo estremece na pele dos humanos.
O desprendimento desliza na cabeça dos humanos.
A correria humedece a pele dos humanos
A morte plange na cabeça dos humanos.
O mistério enleia a pele dos humanos.
A luta clama na cabeça dos humanos.
O princípio fugiu da cabeça dos humanos.
O drama tomba na pele dos humanos.
Os véus tombam do Céu para as colinas.
Desde o princípio, que Lisboa canta.
Melancolicamente, a vida prossegue,
Monotonamente, a lei governa,
Melancolicamente, a prece insiste,
Monotonamente, a carne geme,
Melancolicamente, no fim do dia, Lisboa está só.
Melancolicamente, a droga exala,
Monotonamente, a prostituição vegeta,
Melancolicamente, a minha alma chora…


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